segunda-feira, 5 de abril de 2010

manifesto da rede potiguar de musica

ola banduler@s.

venho atravez desta via, repassar adiante alguns avansos de uma gama de músicos potiguares, que a dias dedicam-se ao bem comum da nossa classe, pois assim como as outras categorias artísticas do nosso município, estado e pais, passam por uma grande transformação, embora árdua!
enquanto a tremores e abalos sísmicos pelo mundo afora, nossa gestão municipal proíbe artistas de exporem suas artes nas ruas da cidade, pagam baixos caches aos artistas de natal e tal e tal...

então fiquem a vontade para ler o texto abaixo e repassar adiante, e se sentir um musico contemplado com essa luta, abrace a desde que seja para somar e\ou multiplicar.


Primeiros inscritos para o manifesto

Manifesto da Rede Potiguar de Música

Nós, músicos/as, produtores/as e demais profissionais da cadeia produtiva da música potiguar, nos manifestamos publicamente
para expressar nossas idéias relacionadas à música e a cultura no estado do Rio Grande do Norte:

1 - Compreendemos que todos, e cada um de nós, somos responsáveis pela cultura em nosso estado, portanto, estamos ligados as
nossas obras de artes, a nossa musicalidade, nossas danças e nossos costumes. Somos responsáveis pela boa qualidade da nossa
arte e da nossa cultura, mas, igualmente somos responsáveis pela falta de incentivo aos artistas, pelos baixos cachês pagos aos
músicos, pela pouca projeção nacional de nossa cultura, pelos produtos musicais importados de outros países e de outros estados
do Brasil que são despejados para as crianças e adolescentes potiguares. Muitos desses produtos são músicas banais, de baixo
conteúdo, com apelos sexistas, pornográficas, fabricadas pela grande máquina midiática com objetivos puramente lucrativos,
produzindo assim gerações de jovens propiciados a desvalorizar a cultura local e consolidando, cada vez mais, uma sociedade sem
identidade cultural e incapacitada de projetar seus artistas e sua cultura.

2 - Apesar da responsabilidade ser de todos os indivíduos capazes, compreendemos também que esse sistema de consumo é a
força motriz que conduz a sociedade a esse tipo de comportamento. Sempre tentando transformar a cultura do povo em simples
mercadoria, fabricando artistas pelo país e pelo mundo como meros expectadores das indústrias fonográficas e midiáticas, os quais
servem como objetos geradores de dinheiro, deixando de lado a principal característica da arte e da cultura que é transformar um
povo, compreender e valorizar sua identidade, e ter sua auto-estima elevada por saber que é único e essencial.

3 - Por tanto, convidamos a sociedade potiguar a valorizar e construir sua própria cultura, refletindo sobre a importância de
estimular a música e os artistas locais, pois nossas principais referências musicais na maioria das vezes não têm o reconhecimento
da sua própria gente, “é preciso fazer sucesso fora para ser reconhecido aqui”. Um povo sem auto-referência cultural é um povo
vazio, por isso nasce em nós uma necessidade desenfreada de buscarmos os “artistas de fora”, e não percebemos que aqui
também estão os grandes artistas do nosso país, ainda não percebemos que somos nacionais e internacionais.

4 - Solicitamos a Assembléia Legislativa e as Câmaras de vereadores dos municípios potiguares formulem leis que garantam o
avanço da música potiguar, que os poderes executivos do estado e dos municípios colaborem aprovando essas leis e garantindo
verbas para que as instituições públicas que gerem as políticas culturais possam efetivar fomentar a cultura. Nós não precisamos de
cultura de espetáculo simplesmente, mas sobre tudo, projetos permanentes. Apresentaremos formalmente uma relação com todas
as nossas propostas para a Assembléia Legislativa, Câmara de Vereadores e para outras instituições públicas e privadas.

5 - As instituições públicas responsáveis pelo fomento da cultura em nosso estado e municípios devem cumprir com qualidade as
suas missões administrativas, estimulando os músicos e valorizando a música local de cada cidade. Compreendemos essa
valorização como a implementação de projetos culturais sólidos e apoio efetivo aos projetos apresentados pelos músicos e
produtores, independente de apadrinhamentos e amizades pessoais, e sim, da qualidade dos projetos. Que o pagamento dos
cachês não ultrapasse o tempo de 30 dias, pois nenhum gestor quer receber salário com atraso, por que os artistas devem receber?

6 – Queremos estimular os empresários a compreenderem que apoiar efetivamente a cultura em nosso estado é fortalecer a
economia local e de sua empresa, criando uma visão afirmativa desta, a qual visa o lucro, mas pode ter a sensibilidade de promover
a arte. Se tal atitude fosse negativa, não seria praticada como o é em tantos países e em outros estados do Brasil. É uma questão de
amadurecimento e reformulação do tipo de raciocino dos empresários potiguares, pois se toda empresa precisa de publicidade e
para tanto, paga por ela, então promovam a arte e divulguem sua empresa simultaneamente, é mais inteligente.

7 - As produções dos eventos culturais de nosso estado não devem cair numa cultura subserviente com relação aos artistas
nacionais ou internacionais, precisam dar as mesmas condições de palco e divulgação, e valorizar os cachês dos artistas locais, pois
alguns produtores/as ainda não perceberam que o fato de supervalorizar “os artistas de fora” mantém nossos artistas locais como
se fossem inferiores musicalmente. Se não temos projeções nacionais como deveríamos, não justifica sermos desqualificados em
nosso próprio estado, em nossos próprios eventos. Os produtores devem ampliar sua percepção estratégica para, num futuro
próximo, serem também projetados como os produtores e empresários nacionais.

8 – Por fim, nossa mensagem aos/as músicos/as potiguares: que cada instrumentista, cantor/a e letrista busquem sua qualificação
profissional antenados com a verdade produzida com sua musicalidade, mas sem perder de vista a realidade do mercado, que deve
ser um suporte para sua manutenção pessoal e profissional e não a razão da sua arte, o motivo de sua música. Busquem sempre a
capacitação musical, a organização coletiva, a construção de movimentos culturais e a utilização de todo os meios possíveis para
propagação do seu trabalho e de suas idéias. A Rede Potiguar de Música é o seu espaço, desenvolvido com o objetivo central de
construir um movimento que possa organizar nossos músicos e projetar a música potiguar de qualidade.

esse texto é para apreciação e discussão na reunião do dia 05-04-10(hoje).


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